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VIOLÊNCIA NO FUTEBOL "SOMOS TODOS CÚMPLICES"

 
A lista dos responsáveis: Torcidas organizadas, dirigentes de clubes, polícia, políticos, imprensa..
07/06/2016 16h38, Emiliano Tolivia globoesporte.com
 
20 Cena lamentável no jogo do Flamengo e Palmeiras...pai de cadeirante saído as pressas do estádio (Foto: blogdoprosperi.com)
Cena lamentável no jogo do Flamengo e Palmeiras...pai de cadeirante saído as pressas do estádio (Foto: blogdoprosperi.com)

Diz o dicionário Michaelis:

Cúmplice
cúm.pli.ce

adj e s m+f (lat tard complice) 1 Dir Que, ou aquele que tomou parte num delito ou crime cometido por outrem. 2 Que, ou aquele que colabora ou toma parte com outrem nalgum fato. 3 Que, ou aquele que participa de um ato.

A semana do futebol brasileiro começou mais triste com a imagem de uma criança cadeirante sendo retirada pelo pai, entre choro e beijos, do estádio Mané Garrincha em meio a uma briga entre torcidas organizadas de Flamengo e Palmeiras.

Cena lamentável ocorrida nove dias após o presidente do Fla, Eduardo Bandeira de Mello, diminuir uma reunião de grupo de torcedores com os jogadores. "Atletas devem ter gostado", disse ele. O Flamengo acredita que não errou no planejamento de segurança em Brasília.

Episódio terrível somente dois dias antes da invasão ao treino do Botafogo, com direito a ameaças de “vamos meter a porrada em geral”. Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo, foi categórico: “Absolutamente inaceitável”. Faltou combinar com seu vice de futebol, Cacá Azeredo, que permitiu que o grupo de vândalos tivesse acesso ao jogadores para um “papo”.

Incidente abominável um dia após o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, afirmar: “Não descartamos acionar na Justiça os bandidos que se envolveram na briga por mancharem o nome do clube e por eventuais prejuízos”. Não descartam. Eventuais prejuízos. Ok.

Se, de acordo com o Michaelis, cúmplice é aquele que "colabora ou toma parte com outrem nalgum fato", já é possível começar a atribuir responsabilidades. Há décadas - e muitos dirigentes -, clubes e torcidas organizadas se retroalimentam em um processo que parece não ter fim por não haver, entre quem porta a caneta, interesse em acabar com tal ciclo.

No ambiente político de um clube, protestos, faixas e pichações muitas vezes são, não apenas interessantes, como patrocinadas. A vítima de ontem é o beneficiário de amanhã. A quem de fato interessa quebrar o jogo? Certamente não a quem permite que vândalos tenham acesso a vestiários ano após ano.

Não são poucos, porém, os cúmplices da cena mais lamentável do último fim de semana. Ou da morte do menino boliviano Kevin Espada em Oruro. Ou ainda de todos os mortos e feridos num recorde nacional que envergonha muito mais do que qualquer 7 a 1.

A lista de responsáveis não é pequena

São cúmplices, claro, as torcidas organizadas, um modelo absolutamente esgotado e que nunca tentou, verdadeiramente, afastar os vândalos de seu quadro de associados. Facções que começaram festivas e se tornaram hospedagem para uma minoria violenta e criminosa. E que, de repente, ela não apenas já não seja tão menor parte assim, como acabe se mostrando mais representativa em relação aos que apenas pretendem torcer pelo seu clube de coração.

É cúmplice, por óbvio, o estado. Uma polícia despreparada que despeja spray de pimenta como se fosse um aromatizante de ambiente, criando um desnecessário clima de pânico – afetando a todo um estádio de imensa maioria pacífica.
Um poder público que escolta organizadas para dentro das arquibancadas, entoando músicas violentas de celebração a seus “feitos”, enquanto abandona o restante à própria sorte.

Um legislativo de gente absolutamente ignorante sobre o assunto arquibancada, que segue sua agenda pessoal/política/religiosa/seja-lá-o-que-for para tomar as mais inócuas providências, que nada resolvem, a não ser atrair meia dúzia de votos.
E somos cúmplices também, desta turma toda, a imprensa quando cai no cômodo caminho – por desconhecimento ou preguiça – do discurso fácil. De ratificar como solução a elitização do futebol, o fim das festas, as cadeiras, a ausência de ingressos populares, a proibição da cerveja, o apoio a toda e qualquer atitude da PM, a generalização.

 

Foto: www.correiobraziliense.com.br
Foto: www.correiobraziliense.com.br

 

Afinal, somos os mesmos a celebrar as torcidas alemãs e concordar que há clima de teatro em quem tomou providências como as acima citadas - países tais como Espanha e Inglaterra.

A educação, de toda sorte, é um problema grave e antigo do Brasil. Não há solução simples. Não existe discurso fácil. O número de vândalos nos estádios é o mesmo há anos, enquanto o público diminui vertiginosamente. A violência, mas não apenas ela, está deixando as arquibancadas às moscas.

Se cúmplice também significa “aquele que participa de um ato”, o renascimento terá também que passar por todos os que deixaram a situação chegar no caos atual.
O futebol precisa resolver seus problemas com a cumplicidade de quem o quer bem.

*O artigo em questão não traduz, necessariamente, a opinião do GloboEsporte.com; é de responsabilidade de seu autor.

 

 

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