O ano era 2011. Um treinamento no Ninho do Urubu, às vésperas do jogo contra o Bahia, pela Série A, tinha tudo pra ser apenas mais um comandado por Vanderlei Luxemburgo no Flamengo. Mas havia algo de estranho no ar Rubro-negro... O clima azedou quando um jogador soltou um pum daqueles dos mais altos, fedidos, levando o elenco às gargalhadas. Ao invés de rir, Luxa mostrou uma ira jamais vista no treinador pentacampeão nacional. E ele exigiu saber quem tinha sido o autor do som misterioso. Essa história é lembrada com muitos detalhes pelo goleiro Vinícius, hoje com 35 anos, ídolo do Clube do Remo, de uma passagem pelo time cheio de estrelas do Mengão.
– O professor Luxemburgo chamou o grupo todo no meio do campo, estávamos fazendo uma roda de bobinho. Chegamos todos pra sentar e alguém soltou um peido muito alto (risos). Ele (Luxa) ouviu e ficou mais nervoso porque todo muito riu. Nós tínhamos acabado de sofrer dois tropeços e estávamos brigando por Libertadores. Isso incomodou e ele ficou muito bravo. O professor queria saber quem foi o jogador que soltou esse peido, mas ninguém falava. O grupo era fechado. Ninguém falava e o treino era 10h. Passou uma, duas horas... Já era meio dia e nada de começar o treino. A imprensa toda fora do Ninho esperando começar o treino e aquela confusão do “quem foi?”, mas ninguém falava.
Apesar da irritação pelo polêmico pum no Flamengo, Vinícius acredita que Vanderlei Luxemburgo foi o principal treinador da sua carreira. O arqueiro avalia que, se estiver livre de polêmicas externas e os jogadores seguindo o seu estilo de trabalho, Luxa pode levar o Palmeiras para mais uma conquista, seja ela dentro ou fora do país. E emenda: é preciso respeitar o técnico brasileiro tanto quando o do exterior.
A situação, para muitos, pode ser considerada natural, mas o “estouro” acabou abalando o grupo profissional do Flamengo, que perdeu para o Bahia em uma atuação irreconhecível. Passados alguns dias, Luxemburgo, que havia visto o gesto como uma falta de respeito, iria mesmo deixar tudo pra lá? Que nada. Ele reuniu o grupo – por coincidência, no quarto de Vinícius – para um bate-papo, amansou as feras da equipe, porém, logo em seguida, quis novamente saber quem tinha soltado o pum. Na base do “unidos venceremos”, mais uma vez, ninguém levantou a mão e muito menos um delator se apresentou pra acabar com o mal estar. Até hoje o mistério se arrasta nas resenhas daquele elenco. Mas o arqueiro garante saber quem teve a "coragem" na frente do "pofexô".
– Passaram três ou quatro dias e fomos jogar contra o Corinthians no Pacaembu. Ficamos concentrados em Atibaia. Ele reuniu o grupo de novo no quarto, inclusive foi até no meu. Começou falando que tinha um prazer enorme, que desde a época do Bragantino que escolhia cada jogador a dedo e que queria saber quem soltou aquele peido. Novamente ficamos umas três, quatro horas e ninguém falou (risos). Ele ficou com isso na cabeça e saiu bravo do quarto. Fiquei sabendo qual foi o jogador que soltou o peido já quando estava no Boa Vista. Encontrei o preparador físico e perguntei quem foi, porque eu também estava curioso. Um acusava o outro, mas ninguém queria assumir. Depois eu fiquei sabendo. Até hoje ninguém fala quem foi. As pessoas sabem, mas da boca do dono ninguém vai ouvir.
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