O presidente da Associação Comercial e Industrial de Ji Paraná, Afonso Candido, nesta segunda feira 07, esteve com o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e presenteou com uma camisa oficial do Ji Paraná Futebol Clube, o maior conquistador de títulos estaduais do futebol de Rondônia.Â
Jair Bolsonaro, colhecionador de camisas de clubes de futebol, essa é a primeira do estado de Rondônia que o presidente da república recebe de presente.
O uso do futebol como instrumento de populismo político não é novo no Brasil, mas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o levou a outra roupagem. Literalmente. Desde a campanha à Presidência da República, Bolsonaro fez aparições públicas com camisas de 81 clubes diferentes.
O levantamento de uniformes de times usados por Bolsonaro foi feito por Victor de Leonardo Figols, doutorando em História na Universidade Federal do Paraná e editor do Ludopédio, site de produção científica sobre futebol. O caso mais emblemático foi quando presidente, que afirma ser torcedor do Palmeiras âele até levantou a taça no Allianz Parque quando o clube ganhou o Brasileirão de 2018â , vestiu camisa do arquirrival Corinthians presenteada por Marcelinho Carioca.
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O motivo para essa "infidelidade clubística", segundo especialistas ouvidos pelo UOL Esporte, é se promover politicamente.
Bolsonaro começou a usar camisas de clubes de estados onde teve o seu melhor desempenho na eleição de 2018, como Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A partir de 2020, pouco a pouco, ele foi aparecendo com uniformes de clubes nordestinos.
De acordo com o historiador Victor de Leonardo Figols, a inclusão de camisas de times do Nordeste nas aparições do presidente foi algo bem pensado, sobretudo para buscar aproximação com um eleitorado onde Bolsonaro teve menos votos nas eleições de 2018. Na ocasião, o então candidato do PT, Fernando Haddad, foi a escolha de quase 70% dos eleitores nordestinos.
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Conquistar o Nordeste é uma estratégia política de aproximar possíveis eleitores ou cativar ainda mais eleitores que votaram nele, já que foi a região onde Bolsonaro teve menos votos nas eleições de 2018".
O antropólogo João Paulo Florenzano, da PUC-SP, explica que o mapeamento do uso das camisas pode indicar a existência de uma estratégia ao mesmo tempo nacional e local. "Vestir esta ou aquela camisa envolve um cálculo político em termos dos dividendos que podem ser extraídos da associação do presidente com determinado clube, seja em termos da busca de popularidade, seja no que diz respeito ao jogo político local, como ajudar o dirigente esportivo, e aliado político, em uma campanha eleitoral, por exemplo".
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Ídolo do Palmeiras inspirou o nome do presidente
A ligação do presidente Jair Bolsonaro com o futebol começou no seu nascimento. Isso porque o nome dele foi uma homenagem do pai Percy Geraldo Bolsonaro, palmeirense, e da mãe Olinda Bonturi, ao jogador Jair Rosa Pinto, que foi ídolo da Verdão. Pelo clube paulista, o meia esquerda marcou 71 gols em 241 partidas.
Entre os troféus que levantou pelo Palmeiras estão o Paulista de 1950, a Taça Rio e o Rio-SP, de 1951.
Jair Rosa também jogou por Vasco, no qual conquistou os estaduais de 1945 e 1947, e por Santos, onde foi campeão paulista em 1956, 1958 e 1959.
Pela seleção, o meia atuou na Copa do Mundo de 1950 e estava no Maracanã na derrota para o Uruguai na final aos olhos de 200 mil torcedores.
Publicado em 26 de dezembro de 2020.
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Reportagem: Sergio Pantolfi, em colaboração para o UOL. Edição: Ana Flávia Oliveira e Lello Lopes.
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